Joyce Procópio vence a difícil batalha de se formar em Medicina. 4t6e4y
A família Procópio, uma das maiores de Castanheira, está em festa. Mais uma de suas filhas conseguiu realizar o sonho de terminar um curso universitário. Joyce Gabriela da Silva Procópio, 23, a filha de Jarbas e Josélia, esta ligada ao setor de saúde do município, chegou lá, se formando em Medicina.
“Desde pequena sempre falava que queria ser doutora e quando cheguei no ensino médio, no Maria Quitéria, já tinha essa ideia formada na cabeça, de que eu queria ser médica”, lembra Joyce, destacando que os pais sempre a apoiaram e incentivaram.
Como os custos no Brasil são altos a opção foi buscar o exterior. E foi assim que surgiu a possibilidade de fazer o curso na Universidad Central del Paraguay, a UPC, em Pero Juan Caballero, município separado de Ponta Porã, no Brasil, apenas por uma rua, a Avenida Internacional.
Embora haja um certo preconceito em relação as instituições do Paraguai, Bolívia e Argentina, muito buscadas por brasileiros, uma análise no currículo e nos intercâmbios, mostra que se trata apenas disto, preconceito, uma vez que algumas parcerias são com as mais renomadas instituições da área, especialmente dos EUA. “A bagagem é muito maior”, defende Joyce, destacando que o estudo é igualado.
Sobre o povo do lado de lá da fronteira, observa que “os paraguaios são maravilhosos, desde o início foi muito bem recebida por reles, muito bem tratada, acolhida como uma filha”, o que certamente tranquilizou seus pais, junto com os muitos familiares citados por ela como uma das dificuldades de estudar tão longe – quase 2 mil km de Castanheira -. “Foi difícil ficar longe da família, longe de casa, do meu ponto de equilíbrio”.
Para os que desejam trilhar o mesmo caminho, Joyce salienta que a jornada não é fácil. Sua turma tinha 117 alunos, no começo. Durante o curso muitos desistiram, outros se transferiram para o Brasil e alguns, infelizmente, morreram. Ao final, restaram em torno de 78 formandos. Detalhe: apenas dois paraguaios, os demais todos brasileiros.
Sobre o futuro a mais nova médica de Castanheira diz que tentará ingressar no Mais Médico ou fazer o Revalida. De especialização, persiste uma boa dúvida, pois embora sempre tenha sonhado em ser pediatra “quando crescesse” (Joyce tem alta estatura), no período de internato, em Luke, a 11 quilômetros de Asunción, se encantou com obstetrícia e geriatria. Como ainda é muito jovem, o tempo dirá.
