Semana: Três anos sem "Seo" Adão motorista da Educação 3n2u69

Ele foi um exemplo na área da educação em Castanheira. Quem não se lembra do "Seo" Adão? Nesta semana muitos lembraram seu nome, a propósito de, na quinta, 13, ter feito três anos de sua morte. A seguir, o texto publicado, à época por esse Site e o Site da Prefeitura Municipal. 

Pouco antes de ir a Cuiabá, em fevereiro último, para tratamento, com um olhar confiante, numa visita da Secretária de Educação, Rosenir Monteiro Melo, ele fez um pedido: “Orem por mim!”. Com um quadro de saúde grave, ultimamente internado no Hospital São Lucas, em Juína, o corpo debilitado e a fraqueza na fala, quando ainda podia se manifestar, fazia lembrar o quadro dos dias do ser humano descrito por Salomão no livro bíblico de Provérbios. Eram prenúncios do fim de um homem que deixou marcas na história local pelo zelo e carinho, no que fazia, e pelo amor a terra que adotou desde os anos 80, antes de Castanheira ser município.

No início da tarde deste domingo, 13, Adão Nilson de Oliveira, 58, não resistiu, vindo a óbito. O sonho dos alunos das redes municipal e estadual de ensino, de vê-lo de volta ao que mais gostava de fazer, dirigir um dos ônibus escolares, conforme registro de Maria Pereira, nos comentários sobre o texto “Volta, Seo Adão”, de 22 de fevereiro, deste site, não mais se realizará. Ele dirigiu até o final do ano e era contado para compor uma equipe onde exemplos como o dele fazem falta no cotidiano escolar. “Ele não era só um motorista,  mas um zelador, um cuidador de crianças, fazendo seu trabalho com muito amor e carinho”, escreve Maria José de Abreu.

Ainda em fevereiro, num recado direcionado à Secretária Rosenir, ele observou que estava melhorando, manifestando a fé de que “sairia desta”. Mas, não deu! Se Renato Russo, em tom poético, cantou que os “bons morrem jovens”, serve a paráfrase de que “muitos dos bons morrem antes de um tempo desejável”. 

Se muitas vezes o que um homem diz não reflete, de fato o que ele é, com “Seo” Adão era diferente. Quando disse, em 24 de outubro de 2018, numa reportagem do Site da Prefeitura Municipal, que “amava lidar com os alunos”, quem o conheceu de perto sabe que era uma grande verdade. Por essas e outras, como seu estilo de vida, relações em família, jeito de relacionar-se com o próximo, Castanheira deve experimentar, nas próximas horas, momentos de muita tristeza. 

Um pouco da História

Quando chegou em Castanheira, em 1986, com os pais e dois irmãos, tendo à época 22 anos, Adão Nilson de Oliveira  já tinha uma história de andanças da família, em busca de um lugar definitivo para plantar seus sonhos. Trabalhando nas lidas de café, no Paraná e até no Paraguai, seu pai, José Pedro de Oliveira, veio para a região noroeste de Mato Grosso pensando em trabalhar com esta cultura. Não deu certo. Mas, resolveram ficar.

“Castanheira é um bom lugar para se viver, o povo é hospitaleiro, unido e entendemos que aqui era o lugar”,costumava dizer “Seo” Adão, como alguns gostam de chamar, ou “Tio”, para as crianças e adolescentes, que fizeram parte do seu cotidiano. Desde 1º de Julho de 2004, na istração do Dr. Jorge Luiz Arcos, quando iniciou sua carreira como funcionário público, ele trabalhou como motorista escolar. Referindo-se aos seus companheiros das viagens diárias, dizia ser como filhos. “Adoro lidar com alunos”, gostava de observar. Conhecido por ser bastante atencioso e zeloso no que fazia, “Seo” Adão, era o típico homem de família. Sua rotina  era do trabalho para casa e de casa para o trabalho. Iniciava sua busca por alunos antes do sol nascer. Quando terminava sua jornada, por volta das 20 horas, ainda encontrava tempo para colocar a prosa em dia com a patroa, Lucineia da Silva, companheira de quase quatro décadas de vivência. Era pai de Claudineia Aparecida de Oliveira.

O assunto preferido em qualquer conversa sempre foi os alunos que transportava no dia a dia. Por ser um público conceituado como de difícil lidar, observava que nunca teve problemas. “Dão um pouco de trabalho, o que é comum na fase que vivem, mas com paciência tudo se resolve, somos grandes amigos” dizia. Exatamente por essa qualidade seu trabalho sempre foi muito bem avaliado pelos principais interessados, os pais. Agora, com sua partida, deixa uma grande saudade, principalmente quando um dos mais de vinte ônibus que servem as muitas linhas para o transporte escolar ar.

Castanheira News e Site da Prefeitura Municipal