A morte de um menino de 5 anos, no Rio Grande do Sul, jogado de uma ponte pelo próprio pai, impõe uma reflexão sobre onde chegamos! 2y1o8
A notícia chocante de São Gabriel, no Rio Grande do Sul, expõe uma ferida que muitos preferem ignorar: até onde pode ir a violência humana, especialmente quando vem de quem deveria proteger? Um pai, figura que a sociedade associa a segurança e amor, transformou-se em algoz. Após tentar estrangular o próprio filho, carregou-o como um objeto descartável, vivo, pelas ruas da cidade, em um caixote de bicicleta e, por fim, lançou-o ao rio. A criança morreu — na queda, no impacto ou no desespero do afogamento. O que resta, além da dor, é a pergunta: onde estão os limites da barbárie?
A Monstruosidade no Cotidiano
Casos como esse não são isolados. Em 2020, em Recife, um homem atirou os dois filhos pequenos de um penhasco, matando-os, para se vingar da ex-mulher. Na Alemanha, em 2021, um pai manteve os seis filhos em cativeiro, submetendo-os a torturas por anos. E quem não se lembra de Suzane von Richthofen, que ajudou o namorado a ass os próprios pais a marretadas? Esses crimes revelam um abismo: a capacidade humana de desumanizar até os laços mais sagrados.
O Que Transforma um Pai em Carrasco?
Psicólogos e criminólogos apontam que atos tão extremos muitas vezes surgem de uma combinação de psicopatia, ódio acumulado e uma perversa sensação de posse sobre a vida alheia. No caso de São Gabriel, o assassino não apenas matou — espetacularizou a violência. O caixote na bicicleta, o corpo levado como carga, o rio como vala comum: há um teatro de horror nisso, como se a crueldade precisasse ser exibida para ganhar significado.
Reflexão: Até Quando Normalizamos o Inimaginável?
Vivemos em uma época em que a violência é commoditie. Notícias como essa viralizam, chocam por algumas horas e depois são soterradas por outro escândalo. Mas é preciso parar e perguntar: o que nos falta, como sociedade, para que monstros assim não se multipliquem? Falta o à saúde mental? Falta denúncia? Falta, sobretudo, enxergar a violência doméstica como um crime que não começa com um assassinato, mas com ameaças, humilhações e pequenos gestos de desprezo?
O menino de São Gabriel não foi vítima apenas de um homem — foi vítima de um sistema que muitas vezes fecha os olhos até que seja tarde demais. Se há um limite para a crueldade humana, ele não está na natureza do mal, mas na nossa capacidade (ou incapacidade) de combatê-lo antes que mais corpos caiam no rio.
P.S. Que a memória dessa criança não seja apenas um dado estatístico, mas um chamado à ação. Porque o oposto da crueldade não é apenas a piedade — é a justiça.